A pesquisa propõe uma investigação multidimensional sobre as cores e como elas nos afetam. Cada cor irradia uma série de questões (históricas, simbólicas, científicas, artísticas, técnicas, políticas etc.) que, discutidas e hibridadas nos ensaios da tese (separados por cores: verde, azul, amarelo e vermelho), buscam aguçar as possibilidades de leitura e a sensibilização estético-poética por ela, a cor, promovidas. Os ensaios realçam a presença da cor na literatura (letra preta sobre fundo branco), a partir de obras de diferentes escritores, e na música (som), sobretudo a partir das composições de Caetano Veloso, em que a cor é um elemento eloquente. Apoiam este trabalho reflexões teóricas sobre a cor, com destaque para a pesquisa do historiador francês Michel Pastoureau, referência no estudo do cromatismo e de suas diferentes valências histórico-culturais. Assim, a tese deseja indagar – não de forma verticalizada ou ligada a um único objeto, mas sim amalgamando diferentes dimensões da cor, tendo em vista seu caráter ubíquo e atemporal – como as cores comovem e podem comover. Como nos atravessam, mesmo quando escritas ou ouvidas. De forma atravessada, apresenta-se também o diário de criação de canções autorais da própria doutoranda, em que as cores são o tema central, fomentando-se assim uma discussão cruzada que almeja refletir sobre estímulos do cromatismo no fazer artístico.