Este trabalho tem o objetivo de analisar a aplicação do poder aéreo em intervenções militares humanitárias. A base do trabalho está na roupagem moderna da teoria da guerra justa, de Alex Bellamy, que demonstra a preponderância da esfera política sobre as esferas legal e moral nas considerações dos tomadores de decisão. A parcialidade nacional, espinha dorsal da esfera política, é o que faz com que o poder aéreo seja considerado antes de outras formas de emprego de força pelos tomadores de decisão. Ao considerar a responsabilidade de proteger como parte integrante dessa roupagem moderna da guerra justa, é possível analisar recentes intervenções militares internacionais que procuraram seguir seus preceitos. O poder aéreo também apresenta características positivas (ou vantagens) especiais que o separam de outras modalidades e que fazem dele uma ferramenta valiosa: a facilidade de mobilização, o isolamento seletivo e sua utilidade para consecução dos objetivos de intervenções punitivas. O modelo de intervenção aérea apresentado será analisado sob a luz das ações no Kosovo, em 1999, e na Líbia, em 2011.