Ao longo de sua trajetória acadêmica, Luiz Werneck Vianna consolidou uma vasta agenda de pesquisa, sem perder, contudo, a vocação pública que animou sua vida intelectual. Membro de uma geração marcada pela conjuntura crítica dos anos 1960, Werneck Vianna transitou entre a militância política e a atuação profissional no campo das Ciências Sociais, forjando uma biografia na qual a vida do intelectual, seu fazer profissional e a premência dos desafios postos pela conjuntura imediata estavam unidos de forma incontornável. Este artigo propõe, assim, uma releitura dos principais temas investigados por Werneck Vianna, associando suas urgências à conjuntura a partir da qual foram pensados. São indicadas três fases como caminhos possíveis para apreensão do seu fazer intelectual: um primeiro momento, compreendendo o período que se estende do final dos anos 1970 até o início dos anos 1990; uma segunda fase, que abarca os anos 1990 e a primeira década dos anos 2000; e uma terceira etapa, que abrange o período de recrudescimento da crise política do país, intensificado a partir das manifestações de junho de 2013. Ao seu modo, o intelectual público buscou interpretar o país, indicando novos e velhos atores, transformações, permanências, desafios e caminhos possíveis, mas, sobretudo, disputando o sentido do ator e dos fatos.