O presente artigo parte da análise das trajetórias de agentes identificados com a corrente renovadora do Partido Comunista Brasileiro (PCB), formada em fins da década de 1970 e início de 1980, por um conjunto de militantes que eram identificados, entre outros elementos, pelo prestígio intelectual, pela busca por renovação do marxismo e pela defesa da democracia como um valor universal. Entre esses agentes, aqueles que obtiveram maior prestígio e reconhecimento foram os que deixaram de ser intelectuais partidários e tornaram-se intelectuais universitários, o que foi feito mediante a existência de uma série de tensões por conta da convivência deles com o padrão de excelência intelectual que se impunha à época, fortemente calcado no modelo estadunidense de ciência. Destaca-se, assim, a posição ocupada por esses agentes em meio ao espaço universitário, o modo como os próprios encararam a atuação nesse espaço e o caráter geral de suas obras, comparando-os com as elites que se afirmaram nesse mesmo período.