A Operação Lava Jato, um marco na luta contra a corrupção no Brasil, não deve ser vista apenas como um fenômeno nacional, mas como um evento de Relações Internacionais, esse é o principal ponto desta dissertação. Em primeiro lugar, há o desejo deste trabalho de se afastar de visões dicotômicas na abordagem do assunto. A OLJ precisa ser vista como um tema de RI. Para isso, utiliza-se a noção de cascata de normas de Finnemore e Sikkink (1998), e traz-se à tona a forma lavajatista de se fazer RI, a saber: o aumento substancial da cooperação jurídica internacional (de maneira informal). O problema de pesquisa aqui abordado é a lacuna que existe com relação a abordar-se a OLJ na área de RI. A metodologia utilizada é caracterizada por uma análise crítica e reflexiva, apoiada em uma revisão bibliográfica abrangente e na consideração das interações internacionais resultantes da Operação Lava Jato. Destaca-se que a OLJ traz para as RI como consequência uma relação seletiva e discricionária, além de ter facilitado o alcance dos objetivos estratégicos dos EUA para a América Latina. Em suma, o leitor encontrará no texto o conceito de uma RI particularista pautada no revolving door e o imaginário lavajatista aceito (ou internalizado largamente) do Brasil como potência intermediária. A OLJ tem sua relevância como um marco na luta contra a corrupção, mas ao mesmo tempo é preciso um equilíbrio entre o combate à corrupção e o respeito aos direitos fundamentais. A promoção de um debate contínuo sobre as implicações de tais operações no cenário internacional é fundamental também no campo das RI.