Esta tese de doutorado analisa como a ideia em torno de uma identidade catalã é construída no discurso político oficial catalão no século XXI. Ela parte das principais premissas da filosofia derridiana - como desconstrução, différance e rastro - e da literatura de Relações Internacionais por ela influenciada, para analisar, pelas lentes da análise de discurso pós-fundacional, como o discurso político oficial catalão articula a ideia de uma identidade catalã singular, e como essa identidade forma o cerne da [última] reivindicação por independência política. Argumenta-se que a conceitualização de identidade nacional veiculada é profundamente dependente da noção metafísica da presença. A reivindicação de independência - retratada como uma batalha entre duas entidade separadas, Catalunha e Espanha - ao invés de um direito inalienável de auto-determinação, é melhor compreendida como um constante articular e entremear de conceitos como nação, estado, povo, identidade, história e futuro projetado. Longe de serem neutros ou objetivos, tais conceitos, na verdade, estão constantemente lutando por estabilização e dependem uns dos outros para criar significado e a impressão de presença que dele resulta. Por meio de um infindável processo de repetição, remetimento e referenciamento, o discurso cria a noção de uma identidade catalã natural, auto-evidente, intrinsecamente única e legitimamente merecedora de reconhecimento nos moldes de um estado nacional moderno. Em outras palavras, o discurso político oficial acaba performando a identidade catalã que diz representar