Com uma população estimada em cerca de 6,2 milhões de habitantes, o Município do Rio de Janeiro (MRJ) enfrenta desafios significativos relacionados à expansão acelerada da malha urbana e à exposição a desastres decorrentes de eventos climáticos extremos. Exacerbados por fatores locais e particularidades inerentes à paisagem carioca, os extremos climáticos agem de forma heterogênea na área analisada, evidenciando como a expansão desigual e combinada da malha urbana do Município do Rio de Janeiro expõe determinadas populações a desastres decorrentes de eventos extremos de temperatura. Fenômenos tais como as ilhas de calor urbano (ICU), vinculados a um processo histórico singular de supressão da vegetação nativa, impermeabilização do solo e aumento do uso de materiais de alta absorção de calor na malha urbana, apontam para uma tendência preocupante, especialmente quando associados ao aumento do registro de doenças cardiovasculares relacionadas aos impactos dos extremos climáticos, incluindo eventos de ondas de calor (OC) persistentes. A análise de índices de frequência e intensidade das temperaturas observadas no município entre os anos de 2015 e 2023 revela que a cidade (município) do Rio de Janeiro testemunhou eventos extremos de calor e desvios significativos nas temperaturas médias, denotando impactos variados vinculados às interações entre fatores físicos e socioeconômicos particulares ao conteúdo geo-histórico de cada área de Planejamento (AP). Discutir esses fenômenos e ressaltar os padrões espaciais existentes destaca a urgência de reforçar políticas públicas e medidas eficientes para mitigar e adaptar a cidade aos impactos negativos do calor extremo sobre a saúde humana e a infraestrutura urbana, além de aumentar a resiliência do município.