Esta dissertação objetivou compreender como profissionais que trabalham em empresas de grande porte e que são mães solo, experienciam o conflito trabalhofamília. A escolha desta temática deu-se diante da percepção de que as vivências dessas mulheres são diferentes daquelas que vivem com companheiros (as), mas têm sido pouco estudadas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cuja fundamentação se baseia na interpretação e na compreensão dos fenômenos estudados. Foram realizadas entrevistas com dez mães solo com filhos de até 12 anos de idade e que trabalham em empresas multinacionais, e o método de análise empregada foi a análise temática. Os resultados apontaram que o conflito decorrente da sobrecarga de trabalho associada às intensas atividades de cuidado, podem impactar negativamente na saúde das mães solo, de forma que algumas entrevistadas relataram fazer uso de medicações, além de terapia e atividade física, para lidar com esses efeitos. Além disso, a rede de apoio foi mencionada como um importante recurso para amenizar o conflito trabalho-família, porém, essa não é uma realidade para todas as mães solo, pois esse usufruto depende dos recursos disponíveis, tanto humanos quanto financeiros. Como estratégias de enfrentamento do conflito trabalho-família, foram apontadas a modalidade de trabalho remoto ou híbrido como uma opção importante para minimizá-lo, bem como o recurso às redes de apoio familiar ou profissional. As entrevistadas também apontaram sugestões de ações a serem implementadas pelas empresas, de forma a contribuir para atenuar o conflito trabalho-família.