A OTAN foi criada pelo Tratado de Washington de 1949, e seu artigo 5 foi uma das mais importantes de ferramentas de deterrência ocidental contra a ameaça soviética durante a Guerra Fria. O princípio de defesa coletiva contido nesse artigo marcou uma nova era na diplomacia transatlântica e, apesar de sua clara natureza militar, a OTAN foi muito além disso desde sua criação. No entanto, com o colapso soviético, a ausência da ameaça que justificava a criação da Aliança levantou questionamentos sobre sua necessidade e relevância para uma nova era. Esse artigo analisa a evolução estratégica da OTAN através da análise dos Conceitos Estratégicos e da relação do Tratado de Washington com os princípios do direito internacional. Com isso, é possível perceber que as mudanças internas da OTAN não surgem apenas a partir dos anos 90, e que os ‘problemas’ que muitos autores buscam resolver são questões ligadas a natureza da Aliança, fatores que constituem a própria estrutura e imagem da OTAN. Ao manter o alargamento de seu escopo geográfico e estratégico, a OTAN demonstra grande poder de renovação, mas também arrisca perder sua credibilidade militar, que por fim é o que grande sua legitimidade como arena de discussão política.