O ensino remoto, que tomou conta da educação durante o biênio 2020-2021, fez com que docentes e discentes reaprendessem a interagir no ambiente pedagógico. Tal desafio foi potencializado pela sociedade, que cobrava dos docentes uma prática diferente daquela para qual haviam sido preparados. Paula, uma professora do contexto público, viveu as dificuldades do ambiente digital por conta das desigualdades observadas no ensino público. Este artigo apresenta as reflexões geradas de uma conversa com a docente. Seu discurso evidencia questões de poder nas relações no ambiente educacional, oferecendo um testemunho permeado por emoções, consequência do aumento de trabalho. Apoiada nos trabalhos de Zembylas (2004), bell hooks (2013) e Boler (1999), apresento uma reflexão sobre a relevância de um agenciamento docente constante que possibilite que este profissional atue como elemento de resistência fazendo uso de seus micropoderes como gestor de sua sala de aula, virtual ou presencial.