A pesquisa intitulada “O teatro, quem diria, se tornou uma arte guei: as peças de Fernando Melo nos anos da ditadura militar” tem como objetivo analisar as peças de teatro escritas por Fernando Melo, artista pernambucano que produziu uma dramaturgia, do final dos anos de 1960 até meados de 1990, cujo temática era ligada ao universo homoerótico. Seus textos passeiam por temas ligados às sexualidades dissidentes, marginalização de sujeitos, repressão médicolegal e dinâmicas de um submundo gay. Sua peça de maior sucesso foi Greta Garbo, quem diria, foi para no Irajá, alçado à condição de marco de uma dramaturgia gay nos palcos brasileiros, mas que estava inserida em um contexto maior de produções culturais que questionam papéis e normas de gênero e sexualidade fixas nos anos de 1970. Fernando Melo, em seus trabalhos dramatúrgicos, possui pontos de contato com autores como Nelson Rodrigues e Plínio Marcos, mas com aspectos próprios tanto do ponto de vista da temática como também dos gêneros dramáticos.