Em um mundo cada vez mais dinâmico, no campo da Psicologia Organizacional, faz-se necessário entender como os indivíduos têm lidado com as mudanças profissionais ao longo da vida. Esta pesquisa foi dividida em dois estudos. O primeiro teve como objetivo testar a invariabilidade da Escala de Adaptabilidade de Carreira (EAC) no período pré e durante a pandemia. A pesquisa teve dados coletados de 2018 a 2022 e foi composta por 2.674 participantes, entre 17 e 76 anos, dos quais 62,4 por cento são mulheres e mais de 70 por cento têm ensino superior incompleto. Os dados mostraram a invariância da EAC. Os índices de ajuste obtidos para ambos os grupos, sem distinção, foram qui(246) = 4037,38, CFI = 0,951, TLI = 0,945, RMSEA = 0,07 [0,074 - 0,078], SRMR = 0,038, Gamma-Hat = 0,871. Este estudo concluiu que tanto a EAC como as quatro dimensões avaliadas pelo instrumento – preocupação, controle, curiosidade e confiança – são medidas invariantes. O segundo artigo analisou o quanto as características pessoais (as quatro dimensões da adaptabilidade de carreira) explicam o redesenho do trabalho (ações proativas por parte do indivíduo) e se há algum aspecto específico com maior impacto nessa relação. Participaram 299 trabalhadores, que responderam um questionário sociodemográfico, a EAC e Escala de Percepção para Redesenho do Trabalho. Análises de redes e das regressões indicaram forte associação entre preocupação, controle, curiosidade e confiança e o redesenho das relações, o redesenho das tarefas e a reformulação cognitiva. Apesar de todas as relações terem sido positivas, a curiosidade destacou-se como o fator que mais influencia o redesenho do trabalho. Esse estudo contribui para o entendimento das relações íntimas entre a adaptabilidade de carreira e as três formas de redesenho.