Este trabalho é um estudo sobre o espaço arquitetônico intervencionado por instalações artísticas e seus efeitos na relação espectador-habitante e espaço. Baseada na noção fenomenológica de percepção, que se constrói a partir da experiência sensorial com o meio, a pesquisa se desenvolve baseando-se na ideia de que o espaço intervencionado propõe ao público espectador um deslocamento na percepção de uma arquitetura preexistente, gerando, assim, novas possibilidades de interação entre corpo – do espectador – e espaço arquitetônico. A relação estabelecida entre público e espaço-obra de arte provoca a eventualidade de que impressões – processos internos de sentimentos reativos a estímulos espaciais – e expressões – reações físicas externalizadas – sejam estruturadas de forma subjetiva em cada corpo. Analisando as instalações artísticas do coletivo Penique Productions, a pesquisa objetiva refletir sobre a experiência sensorial espacial, delimitada num tempo-espaço, a partir de uma arquitetura modificada por uma interferência artística efêmera, analisando duas de suas obras. O método qualitativo de análise é desenvolvido mobilizando autores como Juhani Pallasmaa, Merleau-Ponty, Norberg-Schulz, António Damásio e Hal Foster, discutindo os conceitos de espaço, lugar, memória e imaginação, matéria, tatilidade e tempo. Será realizado o levantamento de informações sobre as obras de Penique Productions, investigando os elementos compositores do espaço com suas intervenções, as reações dos espectadores a tais estímulos, intencionalidade dos artistas, além de entrevista com o Sergi Arbusà, fundador do coletivo.