A reflexão eclesiológica contemporânea tem destacado o tema da reforma eclesial. O Concílio Vaticano II, Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI explicitaram sua necessidade e Francisco tem buscado estabelecer processos eclesiais segundo o imperativo eclesiológico conciliar da reforma perene (Unitatis Redintegratio 6). Ademais, se o Espírito é co-instituinte da Igreja, há elementos pneumatológicos implicados na noção de reforma. Em que medida o Concílio e o magistério recente vinculam o Espírito Santo e a reforma da Igreja? Assim, o objetivo da presente tese é o de analisar os elementos histórico-teológicos pertinentes à noção de reforma por meio da identificação e investigação dos enunciados pneumatológicos do magistério recente para a consideração da reforma eclesial como evento pneumatológico. A pesquisa é qualitativa quanto à abordagem, exploratória quanto aos objetivos e de pesquisa bibliográfica e documental quanto aos procedimentos. Conclui-se que a noção de reforma é eminentemente teológica, radicada no contínuo retorno às fontes, na consecução de tal retorno no hoje eclesial e na prospecção de uma Igreja escatologicamente reformada enquanto peregrina. Os lugares da reforma são o sujeito eclesial (conversão pessoal), a comunidade eclesial (renovação das mentalidades) e a ação evangelizadora (reforma pastoral). Sob a ótica dos enunciados pneumatológicos do magistério recente compreende-se que a reforma é um evento pneumatológico sob quatro dimensões: o Espírito reforma a Igreja na comunhão, na verdade, na caridade e na missão. É assim que pela força do Evangelho [o Espírito] rejuvenesce a Igreja e renova-a continuamente e leva-a à união perfeita com o seu Esposo (Lumen Gentium 4).