A dissertação pretende trabalhar um caminho possível para o exercício de uma autoridade genuinamente cristã por parte das lideranças eclesiásticas, frente ao desafiador cenário em que se encontram na contemporaneidade. Para isso, primeiramente é feita a conceituação da expressão liderança, a fim de situar os termos da pesquisa, aproximando-a em seguida do contexto teológico na definição de liderança eclesiástica e o papel do líder religioso. Na sequência, é desenvolvida uma leitura do cenário contemporâneo a partir dos conceitos de mudança epocal, pós-modernidade e modernidade líquida, todos com ênfase nos impactos que suas peculiares características geram para o líder cristão. Por fim, aponta-se a necessidade urgente de uma proposta de genuíno caminho a seguir frente a este contexto. Esta proposta é construída a partir da combinação das duas ideias que regem majoritariamente este trabalho: o conceito da autoridade dos que sofrem, trabalhado pela teóloga austríaca Martha Zechmeister, em que é apresentada a proposta de uma autoridade libertadora em contraposição ao conceito de poder impositivo; e o conceito bíblico de liderança servidora, expresso na pessoa e obra de Jesus como paradigma de uma liderança que gera transformação individual e comunitária, especialmente fundamentada no episódio do lava pés relatado em João capítulo 13. A partir destes conceitos, e frente a um difícil cenário em que se encontram as lideranças eclesiásticas no presente tempo, é que nasce a perspectiva da autoridade dos que servem, que busca uma retomada de um caminho cristão a ser seguido para o exercício de uma liderança autêntica e contextualizada.