O presente trabalho objetiva explorar formas, existentes ou possíveis, de interação entre agentes de segurança pública e agentes de segurança privada no âmbito do estado do Rio de Janeiro, sendo compreendido como agente a pessoa, o grupo ou a empresa que se dedica à atividade. O objeto de pesquisa está atrelado às relações oriundas de agentes que exercem legalmente a atividade, embora não exclua atividades ilegais eventualmente praticadas por eles sempre que trouxerem reflexões relevantes. Embora relações de cooperação sejam o tema mais recorrente em tal âmbito, enfatiza-se aqui aspectos jurídica e politicamente contraditórios dessa relação com as suas consequências nas respectivas searas. Não se pretende esgotar os padrões de relação entre os agentes aludidos, mas, para empreender o seu exame, é necessário passar pela análise de aspectos institucionais, que deixarão o leitor propenso a obter novas conclusões. Por isso, é feita uma breve análise da estrutura jurídica dos agentes em jogo, bem como de sua atuação política, dando ênfase – no que concerne à polícia – ao seu ramo militarizado, devido às semelhanças que guarda com a segurança privada e ao seu papel ostensivo. O trabalho também recorre a entrevistas e a pesquisas processuais e estatísticas para corroborarem (ou não) as ideias apresentadas. A hipótese principal é que a dinâmica de atuação da polícia militar tenha sido alterada com a expansão dos serviços de segurança privada, sem pretensões fatalistas. Diante disso, o trabalho expõe padrões que podem ocasionar a inconstitucionalidade de alguns programas de policiamento.