O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades. Dentro do universo variável de apresentação do quadro clínico do TEA, o prejuízo social é considerado o aspecto central do transtorno e gera impactos na vida do indivíduo. Os sintomas observados no TEA tem sido compreendidos, entre outras proposições, por déficits de teoria da mente e das funções executivas. A teoria da mente se refere à capacidade de compreensão e atribuição de desejos, crenças, intenções e emoções próprias e alheias. Já as funções executivas são responsáveis pela regulação do pensamento, memória, atenção, além de exercer influência nas emoções e comportamentos. Partindo da hipótese de que a capacidade em estabelecer teoria da mente pode estar associada às habilidades do funcionamento executivo, foi realizada uma pesquisa exploratória, através de revisão bibliográfica. Este trabalho tem como objetivo investigar o grau de influência das funções executivas, em especial, os aspectos cognitivos frios, sobre o desenvolvimento de uma teoria da mente. Apesar de alguns resultados dissonantes, os estudos indicam que déficits nas funções executivas de planejamento, flexibilidade cognitiva, controle inibitório e memória de trabalho podem gerar prejuízos não só em termos dos interesses restritos ou comportamentos repetitivos, como também no que tange a interação social. A própria heterogeneidade de sintomas no TEA pode ser um dos fatores que contribuem para variações nessas observações.