O conceito de poder mereceu atenção especial de Michel Foucault. Abandonando a ideia de que o poder é algo que se deixa apropriar por um grupo ou classe ou, ainda, que se localiza no Estado, o filósofo francês compreende poder como produção, que tem como ponto de partida seus agentes e redes locais ou regionais. Buscou-se no presente trabalho explorar a noção de dispositivos de poder, a disciplina e o biopoder, tal como proposta por Foucault. Considerando que o poder se exerce por meio de tecnologias que são inventadas, desenvolvidas e aperfeiçoadas, tratou-se, em seguida, do controle, mecanismo de poder que, segundo Gilles Deleuze, sobrepôs-se às disciplinas nas sociedades contemporâneas. Ao contrário da disciplina que investe sobre os corpos dos indivíduos, o controle é exercido através da constante modulação do desejo. A sociedade de controle é na visão de Antonio Negri, o momento de consolidação do biopoder, quando todo o corpo social é abarcado pela máquina do poder. O biopoder, esse poder que se ocupa da vida das populações, por seu turno, encontra na guerra um novo regime que se impõe no atual contexto da sociedade global. Nota-se, assim, que as técnicas de poder não cessam um só instante de se transformar.