A brusca transição que levou os mercados da América Latina à sua atual configuração, exerceu uma forte pressão sobre as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) industriais e colocou em xeque a sua competitividade. Entornos cada vez mais turbulentos e competitivos ameaçam seriamente as PMEs que atuam de forma isolada e chamam, sobretudo, à adoção de formas de organização industrial baseadas no cooperativismo e aproveitamento da similaridade e complementaridade de competências entre firmas. Os clusters regionais de PMEs e as redes de cooperação produtivas representam alternativas organizacionais que contemplam a cooperação inter-empresarial como um meio para conseguir uma maior eficiência na administração dos recursos das firmas, a redução dos seus custos de transação e a geração dinâmica de processos inovativos. Esses fatos motivaram o autor desta dissertação a estudar experiências bem sucedidas de clusters regionais de PMEs e redes de cooperação produtiva no Brasil, e tirar delas lições na forma de propostas factíveis e transferíveis à realidade do seu país de origem, a Nicarágua. São analisadas as características estruturais e operacionais de dois clusters regionais envolvendo os ramos madeira/móveis e couro/calçados. O presente trabalho pretende servir como uma guia referencial para agentes envolvidos em tarefas de promoção, estruturação e dinamização de clusters regionais de PMEs industriais e redes de cooperação produtiva na Nicarágua.