A presente dissertação busca empreender uma discussão acerca da sociedade contemporânea a partir de uma perspectiva geográfica. Mais precisamente, se debruça sobre a mútua imbricação entre o sujeito e a sociedade que se constituem, enquanto totalidades, por meio do espaço-tempo; o que perpassa necessariamente, no período da globalização onde a cidade e o urbano assumem uma relevância seminal, pela compreensão acerca do espaço urbano no que tange as (inter) ações, múltiplas escalas, mediações, materialidades e representações produzidas e vivenciadas de forma imediata pelo sujeito no cotidiano, sobretudo, através de suas dimensões. No entanto, sob a hegemonia do sistema capitalista, tal dinâmica sócio-espacial é dilacerada ao ser impregnada de relações mercantilistas, individualistas, reducionistas, abstrato-concretas, de dominação e de exploração, desencadeando diversas e intensas problemáticas, conflitos e contradições sociais. De modo a se contrapor e contestar tal ordem totalitária, se objetiva analisar a importância do espaço urbano no processo de concretização do sujeito enquanto totalidade, em meio ao poder alienante/alienado do capital e, ao mesmo tempo, em meio a insatisfações, insurgências e (re) existências teóricas e práticas em face de tal poder hegemônico. Vislumbra-se, assim, o sujeito em concretização e o papel do espaço nesse processo: ora posto como um instrumento fragmentado, homogeneizado e hierarquizado de poder e de alienação imprescindível à reprodução do capital; ora concebido, percebido e vivido como uma via/ elo que possibilita horizontes, como o Direito à Cidade, e a reunião e a apropriação dos elementos materiais e imateriais necessários à reprodução da vida. Em suma, esse é o contexto e o desafio no qual o sujeito total vivência a vida cotidiana em sociedade.