É importante que o aluno perceba a importância da utilização da linearidade para resolução de sistemas. Um sistema é dito linear se e somente se ele atende ao Princípio da Superposição. Para isto ele deve obedecer a dois critérios:
Primeiro critério
Se para uma entrada u(.) tem-se uma resposta y(.) , para uma entrada &u(.) , onde & é um número real qualquer, deve-se obter como resposta &y(.).
Observa-se que os argumentos das variáveis são representados por um ponto "(.)" para indicar um parâmetro que pode ser:
Exemplo 1
Seja um sistema integrador de tal forma que
se a entrada fosse &u( |
, a resposta seria |
assim vê-se que a integração de zero até um instante qualquer t obedece ao primeiro critério de linearidade.
Fica para o aluno, a verificação da operação de derivação quanto a este critério.
Exemplo 2
Seja um sistema tal que
se a entrada fosse &u(k-j) , a resposta seria
tal qual no exemplo 1, o somatório
também obedece ao primeiro critério de linearidade.
Exemplo 3
Seja um sistema onde a resposta é a soma da entrada com uma constante a. Assim:
y(.) = u(.) + a
Para uma entrada &u(.) , a resposta obtida é
&u(.) + a
Se o sistema fosse linear, este deveria ser o valor de &y(.):
&y(.) = &[u(.) + a] = &u(.) + &a
Como o resultado obtido não é igual ao previsto para sistemas lineares, conclui-se que este sistema não é linear.
Segundo critério
Se para uma entrada u1(.) tem-se uma resposta y1(.) e para uma entrada u2(.) tem-se uma resposta y2(.), se a entrada u(.) = u1(.) + u2(.) for aplicada, deve-se ter como resposta a função y(.) = y1(.) + y2(.).
Exemplo 4
Voltando ao sistema integrador,
para entrada:
u()
= u1(
) + u2(
)
tem-se como resposta :
Conclui-se que a integração de zero até um instante t obedece também ao segundo critério de linearidade.
Portanto pode-se afirmar que esta é uma operação linear.
Mais uma vez, fica para o aluno a verificação da linearidade para a operação de derivação.
Exemplo 5
Seja o sistema já apresentado anteriormente
de forma que, para as entradas u1(k-j) e u2(k-j) obtenham-se as seguintes respostas:
se a entrada fosse u(k-j) = u1(k-j) + u2(k-j) , a resposta obtida seria :
tal qual a integração de zero até um instante t genérico, o somatório é uma operação linear.
Exemplo 6
Seja o sistema onde a resposta obtida é o quadrado da entrada, assim:
y(.) = u2(.)
Para as entradas u1(.) e u2(.) as respectivas respostas seriam:
Para uma entrada u(.) = u1(.) + u2(.) obtém-se como resposta:
Concluí-se que este sistema não é linear.
O aluno já deve ter percebido que os exemplos 1, 2, 4 e 5 foram expostos para comprovar que, quando um sistema é descrito por uma equação diferencial linear ou por uma equação a diferenças finitas linear, ele é dito como um sistema linear e nele pode ser aplicado o Princípio da Superposição.
Exercício 1
Considere o circuito da figura a seguir:
Neste circuirto, para uma tensão
u1(t) , mede-se a saída y1(t):
Para uma nova tensão u2(t)
,mede-se a saída y2(t):
Pergunta-se:
a) Quando este circuito for excitado por
û(t) = 0.5 u1(t) , qual será sua saída ?
Solução
do item a:
b) Quando este circuito for excitado por
û(t) = 3 u2(t) , qual será sua saída?
Solução
do item b:
c) Quando este circuito for excitado por
û(t) = 0.3u1(t) + 0.5u2(t) , qual será
sua saída?
Solução
do item c:
Exercício 2
Dado um sistema regido por uma EDF
linear e invariante no tempo, obtém-se a seguinte tabela para respostas
às entradas u1(k) = impulso unitário aplicado
na origem e u2(k) = degrau unitário aplicado
na origem.
Para a entrada u1(k) | Para a entrada u2(k) | |
|
100 | 100 |
|
-50 | 50 |
|
25 | 75 |
|
314 | 389 |
Pergunta-se:
a) Qual será o valor da resposta
instantânea para uma entrada u3(k) = 0.1u1(k)
?
Solução
do item a:
b) Qual será o valor da resposta
para k = 2 deste sistema se for excitado por u4(k) = 2u2(k)
?
Solução
do item b:
c) Qual será o valor da resposta
para k = 3 deste sistema se for excitado por u5(k) = 0.5u1(k)
+ u2(k) ?
Solução
do item c: