A pandemia de Coronavírus no Brasil e a ausência de medidas de resposta coordenadas fizeram com que os sistemas de saúde sucumbissem rapidamente no país. Regiões menos assistidas, como o Nordeste, foram mais afetadas por essa descoordenação entre estados e Governo Federal. Nesse contexto, o Consórcio Nordeste (CN), entidade jurídica pré-pandêmica que reúne os 9 estados nordestinos, exerceu um papel fundamental para mitigar os efeitos da pandemia na região. Por meio da mobilização da paradiplomacia para coordenação regional com governos internacionais e entidades empresariais externas, a atuação do Consórcio durante a pandemia lhe concedeu configuração análoga àquela de uma coalizão. Assim, esta pesquisa busca compreender a paradiplomacia enquanto ferramenta para a gestão dos estados, destacando as estratégias de resolução de crises e internacionalização empregadas por estas entidades e empreendendo esforços analíticos para localizar tais referências dentro do contexto pandêmico e propor um diálogo entre a literatura sobre coalizões e sobre paradiplomacia. Mais concretamente, esses temas serão abordados por meio de um estudo sobre as transformações observadas no Consórcio do Nordeste desde a sua criação, com atenção especial às rearticulações na institucionalidade, nas linhas de ação e nos efeitos almejados pela coalizão paradiplomática no contexto da pandemia.