A dissolução da unidade conjugal coloca um desafio adicional não apenas para a sociedade, como para diversos sistemas que estão direta ou indiretamente ligados à família: escola, empresas, igrejas, comunidade, família estendida, sistema judiciário e órgãos de assistência social. Nesse início de século, a literatura em psicologia e saúde mental aponta para a necessidade de os profissionais atuarem não apenas na psicoterapia dos problemas familiares, mas também na prevenção. Estas estratégias clínicas têm como pressuposto que as habilidades e padrões que promovem resiliência podem ser desenvolvidos e que teriam o potencial de prevenir e minimizar o impacto das crises conjugais e familiares. Estes programas, conhecidos internacionalmente como educação relacional, têm como alicerces a psicoeducação e o desenvolvimento de habilidades de interação, comunicação, negociação, solução de problemas e regulação das emoções. O objetivo desta monografia em formato de artigo é revisar a literatura disponível no Brasil e no exterior acerca do formato e da eficácia destes programas preventivos com casais, visando a identificar as lacunas existentes no que é oferecido em nosso país e o que podemos aprender com a experiência internacional. Nesta monografia em formato de artigo, serão apresentados os principais resultados dos ensaios clínicos controlados e randomizados e das metanálises encontradas, bem como dos estudos com metodologias quasi-experimental, prospectiva, retrospectiva e transversal. Os dados empíricos fornecidos por estes artigos serão apresentados e discutidos a partir de sua relevância teórica e da adequação metodológica dos estudos que os originaram, privilegiando aqueles que se mostrarem teoricamente relevantes para o desenvolvimento de um programa de promoção da resiliência conjugal adaptado à realidade brasileira.