Esta pesquisa, situada no ponto de convergência entre os estudos de identidade organizacional e os estudos sociais de memória, tem por objetivo investigar a recorrente (re)construção identitária de uma escola privada (fundada em 1969 e situada na cidade do Rio de Janeiro), a partir de suas práticas e ações mnemônicas coletivas. Com o objetivo de aprofundar o entendimento das relações entre identidade e memória no âmbito coletivo, este trabalho propôs-se a investigar os dois conceitos a partir da perspectiva social construcionista, fruto de um processo de negociação cotidiana entre os membros da organização, influenciado por diferentes indivíduos, grupos, equipes de gestão e outros coletivos. No que diz respeito aos procedimentos metodológicos, a coleta de dados utilizou fontes provenientes de (a) entrevistas com membros da organização de diferentes funções e níveis hierárquicos; (b) entrevistas com membros externos relacionados à organização de forma indireta; (c) coleta documental; e (d) observação não participante. Em relação à análise dos dados, assumiu-se a flexibilidade da análise temática, para compreender o fenômeno proposto levando em consideração as influências de diferentes atores e contextos sociais. Foram identificados cinco períodos-chave, nos quais a reconstrução identitária se mostrava, de forma mais explícita, necessária à continuidade da essência da organização, e as práticas e ações mnemônicas foram então analisadas ao longo desses períodos. Desta forma, foi possível identificar como a relação dinâmica (processo social contínuo de construção e reconstrução) entre identidade e memória contribuiu para manter a continuidade, ao longo de cinquenta anos, da identidade da escola Edem.