Esta dissertação tem por finalidade refletir sobre como a universidade vem formando os futuros professores para a educação básica. Para isso, pesquisamos a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) por meio dos cursos de licenciatura em História, campus Maracanã e campus São Gonçalo. Ao escolher os cursos de licenciatura em História da UERJ como objeto de estudo, analisamos de que maneira essa instituição de ensino superior lida ao mesmo tempo com uma faculdade direcionada exclusivamente para a formação de professores (Faculdade de Formação de Professores, campus São Gonçalo) e outra voltada para o bacharelado e a licenciatura (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, campus Maracanã). Investigamos a problemática das licenciaturas a partir da ótica dos profissionais envolvidos tanto com a História (área específica de conhecimento) quanto com a Educação (área didático-pedagógica de conhecimento), pois entendemos que a formação inicial do magistério em âmbito universitário perpassa pela competência dessas áreas conjuntamente. Propomos identificar as diversas concepções sobre formação docente na universidade, por meio da visão dos professores universitários. Além disso, buscamos problematizar sobre o campo científico como lugar de disputas de espaço/poder. Aplicamos os conceitos de academização/universitarização (FORMOSINHO, 2009), crise de identidade dos professores (CANÁRIO, 2005), saberes e práticas docentes (TARDIF, 2014), profissionalização docente (PERRENOUD, 1993) e universidade como espaço de lutas concorrenciais (BOURDIEU, 1983a; 1983b; 2004) a fim de refletir sobre as licenciaturas. O procedimento adotado para a coleta de dados foi a pesquisa de campo e o método de tratamento e análise das informações selecionado foi a análise textual discursiva (MORAES, 2003). Os instrumentos utilizados para a obtenção dos dados foram, especialmente, a entrevista e a análise documental. A hipótese que sustentamos por meio da análise e descrição do corpus coletado é: para que haja uma transformação inicial na licenciatura é primordial uma cultura arraigada de valorização da formação docente na universidade. A experiência na educação básica dos formadores, aliada à pesquisa em educação ou ensino é cerne para que essa mudança ocorra. Além disso, é complementar, mas não fundamental, uma pós-graduação na área de Educação ou uma permanência em programas/projetos de extensão ou atuação na educação básica.