O tema da juventude tem se apresentado por alguns autores como objeto de análise a partir duas perspectivas: a primeira percebe a juventude como um grupo causador de problemas , ligados, sobretudo, ao uso de drogas e comportamentos de risco, entre outros, que exigiria grandes esforços por parte da sociedade no enfrentamento destes problemas. De outro lado, a juventude á apresentada como um período transitório para a vida adulta, com um potencial transformador. Com relação aos processos de escolarização, apesar do aumento significativo dos índices, a situação dos jovens brasileiros ainda é precária. A alta incidência de repetência e de evasão e a grande defasagem entre a situação escolar nas áreas urbanas e rurais mostram que, no Brasil, a probabilidade de que a educação escolar seja um instrumento para atingir níveis mais elevados de desenvolvimento econômico, de bem-estar social e de exercício da cidadania está comprometida. Buscamos mostrar que os jovens brasileiros em sua grande maioria, vivenciam situações de exclusão, sobretudo os que cumprem medidas socioeducativas. Avaliamos que, por estar em formação de conceitos e valores, a escola, como instituição de aprendizado e formação, poderia contribuir para que uma parcela da juventude brasileira vivenciasse outras experiências que não a do cometimento de atos infracionais. Um dos objetivos deste estudo é o de investigar a percepção dos jovens que cumprem medidas socioeducativas e a mesma percepção nos jovens de uma escola pública de Ensino Médio. Para realização da pesquisa, um questionário foi submetido a 58 jovens que cumprem medida socioeducativa de internação e para 43 jovens de uma Escola estadual localizada na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Foram privilegiados aspectos que respondessem, principalmente, sobre o perfil sociodemográfico dos jovens, as suas percepções sobre a escola e as principais características em termos sociais e econômicas.