O declínio no funcionamento cognitivo e a queixa de sintomas de ansiedade são frequentes no processo de envelhecimento. Esta dissertação tem como objetivo explorar a relação entre os sintomas de ansiedade com o desempenho cognitivo de indivíduos com idade acima de 55 anos. Está dividida em dois estudos em etapas progressivas. O primeiro estudo é uma revisão sistemática e o segundo estudo é uma pesquisa exploratória com protocolo de 73 testes cognitivos e 6 escalas de ansiedade. A amostra foi composta por 26 indivíduos idade acima de 55 anos, sendo 20 mulheres (76,92 por cento) e 6 homens (23,07 por cento), com idade média de 70,96 (mais ou menos 8,42) anos e escolaridade média de 16,23 ( mais ou menos 3,68) anos de escolaridade. Calcularam-se coeficientes de correlação e, para as correlações com efeito médio ou grande, foi feita análise de regressão linear. Em seguida, repetiu-se a análise em uma subamostra, considerando-se apenas os participantes com ansiedade acima do ponto de corte em pelo menos uma escala de ansiedade. Observaram-se mais correlações com efeito de tamanho médio ou grande na análise da subamostra. Em cada análise foram observadas 11 correlações significativas com efeito de tamanho médio ou grande, apontando associação entre ansiedade e funções cognitivas. A regressão linear destas correlações apontou que o aumento do nível de ansiedade reduz o desempenho em tarefas cognitivas. Conclui-se que os resultados apontam dissociação nos diferentes sistemas de ansiedade: (1) estado de ansiedade afetando memória de trabalho; (2) traço de ansiedade afetando memória episódica e velocidade de processamento; e (3) os sintomas fisiológicos da ansiedade afetando o controle inibitório.