Esta dissertação visa a contribuir para o entendimento do funcionamento de uma política pública educacional voltada para a formação inicial de professores – o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) – na área de Filosofia, no Estado do Rio de Janeiro. Discutiremos as formas como são interpretados os papéis dos atores sociais do Programa em cinco universidades, bem como questões sociológicas que envolvem a construção das aspirações de carreira dos egressos que foram bolsistas do PIBID. A pesquisa envolveu o uso de 31 entrevistas, dentro do universo de aproximadamente 100 egressos, segundo relatórios de pagamento da CAPES, o que se constitui uma amostra altamente representativa da população estudada dentro do recorte temático. A partir dessa pesquisa compreenderemos melhor as diferentes leituras feitas pelos agentes do Programa e como outras questões profissionais influenciam nas escolhas dos alunos pela carreira docente e acadêmica. Por fim, acreditamos que o Programa tenha sido considerado de maneira isolada de uma estrutura educacional que desvaloriza o trabalho docente, as pesquisas e a formação de formadores para o ensino. Esse contexto mais amplo de vetores que influenciam na escolha e preferência da carreira acadêmica em detrimento da docência entraria em contradição com a crença do atual Ministério da Educação de que o objetivo principal do Programa seria o incentivo ao magistério de forma isolada de outros investimentos, tais como: a formação de formadores, o fomento às pesquisas sobre o ensino de Filosofia, a formação continuada de professores das escolas, condições salariais, planos de carreira etc.