O presente trabalho propõe a interface entre três campos de saber entrelaçados pela linguagem: a Psicologia Educacional, a Prática Exploratória e a Sociolinguística Interacional. A partir de prévia experiência da pesquisadora como professora de língua inglesa e de Psicologia Educacional, esta tese sustenta que é preciso entender o mal-estar socioafetivo na escola e as formas de abordá-lo a partir do conceito de practitioner (praticante), um dos pilares da proposta metodológica da Prática Exploratória. Em alinhamento com os pressupostos da Prática Exploratória e da Psicologia Educacional de orientação psicanalítica constrói entendimentos sobre a forma como a equipe educacional da Escola Saint Francis elabora formas diferentes de entender, escutar e lidar com o mal-estar apresentado pelo aluno. Para fins de análise, divide os dados em dois blocos distintos. O primeiro versa sobre reuniões de trabalho entre a psicóloga educacional (representada pela pesquisadora) e cada professora; todas gravadas e transcritas. O segundo consiste de intervenções em sala de aula em parceria com cada professora, chamadas de Dinâmicas Exploratórias; anotadas em forma de diário. Baseia as análises nos pressupostos da Prática Exploratória, da Análise da Narrativa, da Análise da Conversa, e principalmente no conceito de produção de sentido (meaning making). Quanto aos dados analisados, indica que a reflexão dos praticantes, a partir das diferentes fases do processo, contribui para a pesquisa acerca da qualidade de vida do grupo de alunos. No que diz respeito aos profissionais envolvidos, conclui que esta investigação colaborativa promove o desenvolvimento profissional da psicóloga e dos professores, enquanto praticantes trabalhando juntos, para construir entendimentos no contexto escolar. A discussão dos dados dá suporte para problematizar a medicalização na infância e apoiar novas formas de manejo do sofrimento no campo escolar, assim como traz especial destaque para a parceria família-escola.