A utilização de satélites, a maioria deles ao longo da órbita de satélites geoestacionários (geostationary satellite orbit - GSO), proporcionou um enorme crescimento nas comunicações de longa distancia e na radiodifusão de informação. Sendo a órbita de satélites geoestacionários um recurso limitado, existe motivação para a elaboração de planejamentos a priori desse recurso de modo a garantir, na prática, para todos os países, acesso à GSO. Esses planejamentos envolvem estudos, análises e modelagens das caracterısticas especıficas dos sistemas envolvidos, além do desenvolvimento de técnicas e algoritmos adequados a sıntese do planejamento. Técnicas aplicáveis a um determinado planejamento dependem diretamente do tipo de sistema e do tipo de serviço a ser planejado e devem levar em consideração as interferencias produzidas e sofridas por cada um dos sistemas planejados. Os nıveis de interferencia devem ser adequados de modo a permitir a operação conjunta dos diversos sistemas e seu calculo depende basicamente das caracterısticas dos sistemas envolvidos e da geometria do problema (posições orbitais dos satelites, posições das estações terrenas, apontamento de antenas, etc.). No ambito da Uniçao Internacional de Telecomunicações (UIT), planejamentos de diversos serviços de comunicações por satelite foram feitos, em nível internacional, por Conferencias Mundiais de Comunicaões. Dentre estes planejamentos esta o Planejamento do Serviço de Radiodifusão por Satelite (SRS) que constitui os Apendices 30 e 30A do Regulamento de Radiocomunicações da UIT. A modificação dos valores dos parametros tecnicos dos sistemas do Plano do SRS tem, obviamente, impacto no ambiente interferente do Plano. Motivado por interesses específicos da administração brasileira no SRS, este trabalho apresenta uma análise precisa dos efeitos de modificações nos parametros tecnicos das alocações do Brasil no Plano do SRS nas interferencias geradas e sofridas pelos demais sistemas do Plano.