A pesquisa focou atenção nos fundamentos dos programas de extensão universitária desenvolvidos por quatro universidades privadas do município do Rio de Janeiro para o segmento envelhecido. Apoiou-se na compreensão do processo de socialização da gestão do processo de envelhecimento, abordando-o enquanto um fenômeno social determinado pela dinâmica dos modos de produção, e por isso, atravessado pelas particularidades das classes sociais. O estudo concentrou-se nos fundamentos desses programas tendo em vista o processo de mercantilização da universidade acentuado com a Reforma da Educação Superior, vivenciado mais intensamente a partir da década de 1990, a extensão universitária sofreu alterações em sua dinâmica de atividade educacional num sentido de empobrecimento e de sucateamento da mesma. A pesquisa de cunho qualitativo analisou as falas dos coordenadores dos programas investigados, mostrando como os mesmos têm abordado o envelhecimento enquanto um processo homogêneo de formação e por isso, com pouca contribuição para a mudança das condições de reprodução social sobre as quais o mesmo se dá. Da mesma forma, considerou também o papel da extensão universitária, possibilitando perceber que esta instância embora esteja articulada com o ensino e a pesquisa desenvolvidos nas universidades pesquisadas, ele está marcado predominantemente pela lógica da prestação de serviços, através da manutenção do discurso da vivência de uma terceira idade ativa e saudável, oferecendo cursos e atividades que legitimam o desenvolvimento da responsabilidade individual pelo processo de envelhecimento.