Analisam-se os processos de socialização, e seus contínuos reforços, a que ficam permanentemente submetidos os integrantes do Exército Brasileiro por meio das relações intersubjetivas que se desenvolvem no dia-a-dia da vida na caserna. O referencial teórico adotado foi o poder simbólico de Pierre Bourdieu, os corpos dóceis de Michel Foucault e as instituições totais de Erving Goffman. O instrumento metodológico escolhido, as relações intersubjetivas, diz respeito às relações interpessoais ou relações pessoais mais triviais desenvolvidas na rotina de vida do militar comum. O universo prioritário observado na pesquisa foi o grupo composto pelos oficiais formados pela Academia Militar das Agulhas Negras – AMAN. As pessoas, suas relações e seus sentimentos, são os aspectos centrais da pesquisa, aspectos sobre os quais se procurou inferir acerca dos valores, das crenças, das atitudes, dos comportamentos e das opiniões considerados pelo grupo social como fundamentais ou tidos como essenciais para o campo. Analisam-se, sobretudo, as formas através das quais são interiorizadas e mantidas no integrante do campo militar, normalmente de maneira imperceptível, suas características mais fundamentais, por meio do desenvolvimento das suas relações diárias mais comuns e triviais.