Existem, na literatura de Marketing no Brasil, poucos estudos de natureza quantitativa sobre o orçamento das famílias de baixa renda, destacando-se o de Silva e Parente (2007). Entretanto, estudos que considerassem um período em que efeitos do aumento real do salário mínimo, a oferta de crédito e programas sociais recentemente implantados pelo governo brasileiro sobre a forma como essas famílias alocam seu orçamento não foram encontrados. O objetivo desta dissertação foi identificar padrões de consumo de famílias de baixa renda, da região metropolitana do Rio de Janeiro, a partir da composição de seu orçamento, nos anos de 2002/2003 e 2008/2009, e analisar mudanças encontradas nesse período. Com base nos dados fornecidos pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) e utilizando técnica de análise de grupamentos (cluster), foram identificados os mesmos quatro perfis de consumo nos dois períodos estudados, o que parece confirmar a heterogeneidade do segmento de baixa renda. Verificou-se que os perfis não apresentaram sensíveis mudanças no intervalo estudado, embora tenham surgido evidências de melhora do padrão geral de consumo das famílias de baixa renda e de sua qualidade de vida.