Esse artigo é vinculado à minha tese de doutorado, que teve foco nas governa mentalidades acerca da Pessoa Idosa em Situação de Rua e um equipamento da rede socioassistencial paulistana chamado Centro de Acolhida Especial para Idosos (CAEI). A contar do que fora nomeado em tal trabalho como três paisagens de velhices - velhices escravizadas e ex-escravizadas, velhices nas ruas e velhices na prisão -, me debruço aqui na primeira paisagem referida com o intuito de, ao atentar aos trajetos de articulação entre rua e velhice desde a Lei dos Sexagenários, rememorar o tempo, não curto, da população idosa em situação de rua em território nacional e propor debates acerca de velhices, memórias, colonialidade e decolonialidade. O material coletado na pesquisa bibliográfica sobre velhices em conteúdos jornalísticos e na área histórica voltada à escravização é lido a partir de diálogos teóricos do campo da memória e da noção de Paisagens de Velhices. Embora aqui a delimitação esteja em uma das Paisagens de Velhices formuladas a partir do estudo - a de velhices escravizadas - é importante mencionar que, na referida pesquisa, foram construídas também a Paisagem de velhices nas ruas, a de velhices nas prisões e aspectos vinculares entre as três. Tal articulação colocava no centro do debate público a velhice nas ruas e nas prisões como um problema social e político.